Grupo Mello

Para Salvador de Mello, presidente do Grupo José de Mello Saúde , a ADSE «é um exemplo positivo de modelo a seguir», porque «há um contratador em que existe liberdade de escolha, que pode ser exigente na contratação». link
Substituir a contratação pela concorrência, promover a livre escolha, e muitos, muitos seguros públicos ou privados, tanto faz, eis a receita milagrosa de SM para o problema da sustentabilidade do SNS em processo de morte lenta.
Há quem prefira falar de recuo: « À medida que o SNS for recuando (mesmo não sendo posto em causa o seu carácter universal), pela incapacidade de dar resposta a crescentes necessidades e expectativas, o sector privado e os seguros de saúde vão ganhar um peso que hoje não têm.» link

Via Saúde SA

Opção ADSE

Como já aqui referi, a ADSE é um “managed care” de excelência. Gasta apenas 1% do seu orçamento na administração e é 16% mais económica do que o SNS. O custo médio de tratar um doente na ADSE é de 780,00 €/ano e no SNS é de 938,00 €/ano. Uma diferença de 158,00 € per capita. (1)

Neste momento, o universo dos beneficiários da ADSE é de 1.336.715 pessoas, entre funcionários públicos no activo, reformados e familiares.

Se todos os portugueses tivessem a escolha de optar pela ADSE, como é que isso afectaria as contas públicas? Vamos fazer primeiro uma estimativa para toda a população, seguida de diversas simulações.

Se considerarmos uma população activa de 4 M de pessoas (excluindo os que já são beneficiários da ADSE) e se cada uma destas pessoas contribuísse com 200,00 €/ano, teríamos uma receita adicional de 800 M€.

A esta receita acresce uma poupança de 158,00 € per capita, representando cerca de 1.374,00 M€. (2)

Ou seja, se toda a população portuguesa tivesse ADSE, poderíamos diminuir os encargos do MS em 2.174,00 M€.

1ª Simulação:

Se apenas duplicássemos o número de beneficiários da ADSE pouparíamos 211,00 M€ e teríamos receitas adicionais de 260,00 M€.

1) Dados do livro – Saúde, a liberdade de escolher, do Dr. Mendes Ribeiro.

2) População Total – Beneficiários da ADSE = 8,7 M

ADSE

A ADSE é o melhor “managed care” em Portugal. Gasta apenas 1% do orçamento na administração.

Faça aqui download do relatório de actividades de 2008 (PDF)

Não é justo

THE National Health Service has spent £1.5m paying for hundreds of its staff to have private health treatment so they can leapfrog their own waiting lists.

More than 3,000 staff, including doctors and nurses, have gone private at the taxpayers’ expense in the past three years because the queues at the clinics and hospitals where they work are too long.

Figures released under the Freedom of Information act show that NHS administrative staff, paramedics and ambulance drivers have also been given free private healthcare. This has covered physiotherapy, osteopathy, psychiatric care and counselling — all widely available on the NHS.

“It simply isn’t fair to have one service for staff and another for everyone else,” said Norman Lamb, the Liberal Democrat health spokesman, who obtained the figures.

Via Times

PS: Em Portugal os funcionários do SNS têm ADSE, não necessitam de ir para “as suas próprias listas de espera”.

Ver mais comentários aqui.

ADSE

Tiro o meu chapéu à ADSE. A ADSE é um subsistema de saúde que cobre cerca de 3 milhões de beneficiários, num regime de “managed care”, do tipo da Médis, da Advance Care ou da Multicare (penso que não deixei ninguém de fora).
Oferece cuidados gerais e tendencialmente gratuitos, como o SNS, mas custa cerca de 30% menos. No SNS o custo/capita aproximam-se dos 1.000,00€ enquanto na ADSE é cerca de 700,00€.
Estes números são muuuiiito redondos, porque o SNS tem outras responsabilidades, para além de tratar doentes, mas mesmo assim são números que impressionam. Em particular, impressiona o baixo custo de administrar a ADSE (1% do total).
No contexto de uma reforma do sistema de saúde sou favorável a que qualquer cidadão possa optar por aderir à ADSE, como se fosse funcionário público (com 1,5% de desconto no vencimento). Quando digo ADSE digo: um clone da ADSE ou seguros contratados com qualquer um dos prestadores que referi, no mesmo regime da ADSE.
Esta proposta seria tremendamente popular, não custaria um tostão ao erário público e permitiria eliminar muitas das deseconomias que referi neste post.

Via Portugal Contemporâneo